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Foto do escritorRedação Belterra

Marajó Resiliente: projeto de adaptação à crise climática vai impactar comunidades locais


O projeto Marajó Resiliente foi desenvolvido pela Fundação Avina e tem como parceiros estratégicos a Belterra Agroflorestas e Conexsus


No dia 25 de outubro, o Fundo Verde do Clima (GCF, pela sigla em inglês) aprovou um projeto de adaptação às mudanças climáticas impulsionado a partir do Sul Global, com a ativa participação das comunidades locais, inclusive quilombolas da Ilha do Marajó.


A Fundacão Avina, organização regional de acesso direto, trabalhou com agricultores familiares e quilombolas, junto com o governo brasileiro e a sociedade civil e contou também com a colaboração da Belterra para construir um projeto que promove a implementação de sistemas agroflorestais diversificados no Marajó, o maior arquipélago flúvio marítimo do planeta, localizado na Amazônia brasileira.


Os sistemas agroflorestais diversificados desempenham um papel importante frente à crise climática e a sua ampliação na região, em escala, é capaz de gerar um aumento para a segurança alimentar e a resiliência climática de 74 mil marajoaras.


Com o apoio aprovado pelo Fundo Verde do Clima, esse projeto busca gerar mecanismos para que as agroflorestas possam ampliar-se como solução local de adaptação em um território altamente vulnerável, beneficiando diretamente a resiliência climática dos municípios de Salvaterra, Cachoeira do Arari e Soure, no Pará e do território inteiro de forma indireta.


A Belterra Agroflorestas, assim como a Conexsus são as parceiras brasileiras da Avina, neste projeto, fornecendo assistência técnica, instalando um sistema de pagamento por resultados, facilitando o acesso a mercados e a crédito, e fortalecendo a governança local.

“Nossa participação no projeto Marajó Resiliente será feita junto à população local, o nosso papel é dar suporte técnico, ajudar a criar estratégias, definir os objetivos agrícolas e coordenar as ações, porém, as atividades sendo realizadas em conjunto com as entidade executoras e população”, destaca Marcelo Pereti, diretor financeiro e sócio da Belterra.


O Marajó Resiliente buscará instalar 800 hectares de sistemas agroflorestais diversificados em pequenas propriedades e gerar mecanismos de mercado, acesso a crédito e políticas públicas para fortalecer essa solução. A inclusão e fortalecimento de oportunidades para as mulheres e populações tradicionais, assim como o diálogo entre conhecimento tradicional e científico, são aspectos importantes desse projeto.


Sua implementação seguirá os mesmos parâmetros de colaboração que caracteriza a forma de trabalho da Fundação Avina, por meio da criação de mecanismos de governança de diversos atores e de princípios de adaptação de base local (LLAP), uma abordagem que prioriza as decisões dos atores locais.


Valéria Carneiro, nascida na comunidade quilombola de Pau Furado em Salvaterra e diretora da Regional Marajó da Malungu (Coordenação Estadual das associações das comunidades remanescentes de Quilombo do Pará), comenta que "as comunidades locais já vêm sentindo os impactos no clima há anos, com a mudança nos períodos de verão e inverno, e a redução na produtividade das colheitas. “Este projeto é bem-vindo porque vai ajudar nossas comunidades a se adaptarem a esta situação ao promover práticas com as quais já temos afinidade e permitindo a melhoria de nosso meio de vida e permanência na terra de nossos ancestrais", afirma.


De acordo com Tatiana Rosito, Secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e Autoridade Nacional Designada para o GCF, a proposta do projeto está totalmente alinhada e consistente com as medidas de adaptação do governo brasileiro sob as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), uma vez que promove uma maior resiliência para as comunidades no Marajó. “Isso contribui diretamente para a implementação das NDCs, fortalecendo as capacidades humanas e institucionais em Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari, onde os residentes são altamente vulneráveis aos níveis crescentes do mar e perturbações climáticas", explica Tatiana.


Para a Fundação Avina, esse projeto representa um marco importante em seu compromisso de aproximar o financiamento climático global aos territórios e comunidades, além de contribuir para que eles sejam protagonistas de seu futuro. Segundo Gabriel Baracatt, CEO da Fundação Avina, esse projeto é construído sobre bases locais e a imensa riqueza que existe na América Latina para responder à crise climática.


“Nós vemos esse projeto não como uma intervenção isolada, mas sim como um marco fundamental para continuar mobilizando parceiros para a ação e cuidado do planeta e das pessoas”, ressalta Baracatt.

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