Fotos: Harrison Lopes/ Angola Comunicação
Com o objetivo de integrar, alinhar e sensibilizar agricultores e agricultoras, o Projeto Marajó Resiliente, realizou entre os dias 24 e 26 de outubro, em Salvaterra, no arquipélago do Marajó, o módulo zero da formação de Multiplicadores de Saberes Agroflorestais. A programação foi o ponto de partida para a criação de uma rede de Multiplicadores de Práticas Agroflorestais adaptativas nos municípios de Salvaterra, Soure e Cachoeira do Arari, onde acontecem as ações do projeto. O projeto tem realização da Fundação Avina, em parceria com o Instituto Belterra, IEB e Conexsus, e conta com o financiamento do Fundo Verde do Clima (GCF).
A ação é um passo importante para promover o desenvolvimento sustentável e a valorização das comunidades rurais no Marajó. “A gente busca conhecer quais são as práticas adaptativas, qual é o conhecimento sobre adaptação que já é produzido que é construído no local, para promover também um diálogo de saberes, um diálogo de ciências que vai só fortalecer a prática do plantio diversificado”, afirma Lanna Peixoto coordenadora geral do projeto e integrante da Instituição Avina.
Durante as atividades os agricultores e agricultoras participantes puderam conhecer mais das instituições realizadoras do projeto e ainda tiveram um panorama completo das metas e atividades planejadas para os próximos meses. Como parte do alinhamento, participaram de uma atividade coletiva de perguntas e respostas, que buscou compartilhar pontos específicos sobre o projeto Marajó Resiliente e o funcionamento das unidades de referências que serão implementadas com o objetivo de serem espaços demonstrativos, onde as práticas de diversificação e agroflorestas serão aplicadas de forma prática.
Kamila Leão, coordenadora regional do projeto Marajó Resiliente pelo Instituto Belterra, explicou que “o papel do multiplicador é ser o elo entre o Projeto Marajó Resiliente e as comunidades, os agricultores e agricultoras que serão beneficiados. Também foi objetivo do módulo zero desenhar conjuntamente um plano de capacitação que será conduzido a partir daqui”.
Carla Cintia Silveira, agricultora, moradora da Comunidade de Soledade em Cachoeira do Arari afirma ter sido muito importante participar da atividade. “Participar deste evento foi muito bom para entender a responsabilidade de ser uma multiplicadora. Entender que seremos cuidadoras dos viveiros e que precisamos passar para a nossa comunidade os conhecimentos”.
O conhecimento de cada um dos agricultores e agricultoras é elemento central desse processo. “A ideia é fortalecer o conhecimento que eles já possuem, aliando suas experiências ao conteúdo técnico que trouxemos. Queremos que os multiplicadores tenham um papel de destaque como referências de práticas agroflorestais em suas comunidades”, destacou Cesar Haag, facilitador pelo Instituto Belterra, um dos facilitadores do evento.
O cronograma ainda incluiu uma atividade prática de campo na propriedade de Ronildo Araújo Pacheco, um dos agricultores selecionados que já pratica o manejo diversificado na sua área. Os participantes analisaram diferentes cenários de cultivo, como áreas de abacaxi e açaí em várzea e terrenos de capoeira, e em equipes construíram propostas de arranjos agroflorestais adaptados à realidade marajoara.
O módulo zero veio para reforçar o compromisso do Projeto Marajó Resiliente em desenvolver uma agricultura diversificada respeitando os saberes locais. Os módulos formativos para multiplicadores ocorrerão entre os meses de novembro do corrente ano a janeiro de 2025.
Para mais informações:
Cecilia Amorim (91) 98513 1846
Angola Comunicação
Iniciativas como esta serão cada vez mais importantes nessa região, em função da exploração de petróleo que está para começar. Resistir à exploração que não ajuda aos locais é possível, e a união dos povos é o primeiro requisito à interação produtiva para todos. Parabéns pela iniciativa!